segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Química e português: Uma palavra, vários significados

 "Para você, o que é Química?"


“Alguma coisa de misturar alguma coisa e virar alguma coisa” – Maria Da Penha, 55 anos
“Combinações que dão origem a compostos" - Elena Marinho, 27 anos
“Para mim Química é aquilo que nos cerca, todos os compostos, todos as reações no corpo, todas sensações” – Matheus Furlani, 16 anos
“Tudo o que modifica o meio” – Mariana Valfré, 18 anos
"Uma matéria que estuda a interação entre as substâncias, elementos..." - Gabriel, 16 anos
“Ah, eu conheço produtos químicos... pode ter relação com remédio também" - Valério ~cobrador do ônibus~, 40 anos
“Uma palavra que depende do ponto de vista da frase. Ou tudo aquilo que te ferra na escola, mesmo" - Luísa Reali, 15 anos


Abrindo o encontramos a seguinte definição


Já em outro, lemos que




A química nada mais é um pouquinho de cada “significado” que vimos acima na pesquisa realizada com o público
. É a ciência que se dedica ao estudo da matéria, levando em conta a sua composição, as reações e as transformações.
Como foi possível acompanhar nas postagens anteriores a química está muito presente em nosso dia a dia, vamos ver como tudo começou...

Linha do Tempo




Ufa! 
Bom, dá para perceber que a química não é uma coisa fácil de se definir, mas...

... donde será que surgiu a palavra/o nome “Química”?


"Do grego, sei que é de origem europeia" - Jaider Júnior, 16 anos 
"Hebraico ou latim"- Diego Diogo, 17 anos
"Dos alquímicos" - Elena, 27 anos
"Ah, tudo veio da Grécia mesmo"- Fábio Luiz, 38 anos


Bem, meus amigos,acredita-se que a palavra Química se originou da palavra egípcia KHEMEIA, que por sua vez se originaria da palavra KHAM, nome do país. Mas calma, também poderia a palavra Química ter se originado da palavra grega CHYMA, que significa "fundir" ou "moldar" metais. A palavra QUÍMICA ficou definitivamente consagrada, e a ciência QUÍMICA foi definitivamente desligada da alquimia (isso vimos) no século dezessete pelo químico irlandês Robert Boyle (isso não) ao publicar em 1661 seu livro intitulado: The Sceptical Chymist (O Químico Cético).

Química e amor: Mais um significado


Borboletas no estômago, faces rosadas, mos suando, olhos brilhantes, sorriso até as orelhas… Esses são apenas alguns dos indícios de que o amor que sentimos está ligado a reações produzidas pelos nossos corpos.
Com certeza você já ouviu falar da frase “rolou uma química entre nós”, pois bem, ela não é figurativa(!!!). Todas aquelas sensações gostosas que sentimos quando estamos apaixonados são causadas por um fluxo de substâncias químicas que nosso ‘corpicho’ fabrica quando olhamos ou pensamos no ‘crush’. Dentre essas substâncias estão a dopamina, endorfina, adrenalina e outras ‘inas’. 
A química da paixão libera substâncias que produzem a sensação de felicidade, aceleram o coração e aumentam a excitação. É graças a esse fenômeno que surge o desejo sexual entre o casal, que muito além de algo físico, é química novamente (hehe).
Massss, porém-contudo-todavia-entretanto-no entanto, assim como a química, o amor não tem uma única definição.
                                                                       

Perguntas frequentes e esclarecimentos por internautas

Quantos tipos de Química existem?” – Internauta anônimo
Melhor resposta: “Química mesmo só existe uma, as outras que você deve ter ouvido falar estão sempre acompanhadas ou precedidas de outras palavras, que formam assim os ramos da Química, como Bioquímica, Química Orgânica, Físico-Química... ” – amantedequimica2000

“O que é Química Orgânica?” – sempreconfuso34
Melhor resposta: Química orgânica é a parte da química que estuda os compostos do elemento carbono, os também chamados compostos orgânicos, que possuem propriedades características. – Internauta anônimo

“Eu posso fazer uma poção do amor com ajuda da química?” – apaixonada4ever
Melhor Resposta: Cientistas atuais estão falando de uma poção do amor de verdade, baseada nos detalhes bioquímicos mais profundos das emoções humanas e pronta para produzir paixões instantâneas, ou quase. Segundo uma revista científica britânica Nature. Young já tem até os nomes de alguns possíveis ingredientes: os hormônios vasopressina e oxitocina, encontrados em humanos e em vários outros mamíferos.
Talvez no futuro você consiga, apaixonada4ever, mas hoje, acho melhor procurar um médico.Abraços. – superinteressanteclub
Compartilhe você também suas dúvidas e conhecimentos, afinal, é assim que movemos o mundo!

Curiosidade Curiosa...

No post de hoje vimos a origem da palavra Química. Cada elemento da nossa amada tabela periódica tem uma origem no nome também.
Como são muitos separamos os mais... diferentes, digamos
Manganês (Mn)
O manganês levou o nome por engano: seu minério foi confundido com a magnetita. Esta, por sua vez, herdou o nome de Magnes, suposto pastor grego que a teria descoberto.
Cobalto (Co)
Cobalto deriva de Kobold, um espírito maligno do folclore alemão. Isso porque está presente em minérios cuja exploração era tóxica aos trabalhadores.
Níquel (Ni)
Níquel deriva de uma palavra alemã para “diabo”. Quando foi descoberto, acreditava-se que se tratava de cobre. Mas, como sua extração era impossível, os trabalhadores culparam um espírito maligno.
Antimônio (Sb)
O batismo vem do grego: antimônio significa “não está sozinho”. Isso porque o elemento geralmente não é encontrado isolado, e sim combinado com enxofre ou oxigênio
Túlio (Tm)
O nome é inspirado em Thule, uma ilha europeia registrada em diferentes locais de acordo com a época. Pode ser as ilhas Órcades, as ilhas Shetland, a Islândia ou até a Groenlândia.
Índio (In)
Não tem nada a ver com indígenas (ou a Índia). Quando colocado numa chama, o índio emite uma luz índigo, cor situada no espectro entre o azul e o violeta.

Esse foi nosso post! :)
Esperamos que tenham gostado dele e que o mesmo tenha esclarecido algumas dúvidas de vocês, caso contrário, estaremos aqui até quinta-feira para responde-las.

Beijão da Alice, Juana, Julyane Nascimento, do Atílio, da Patrícia e da Maria.
Até o ano que vem!

Fontes:





segunda-feira, 23 de novembro de 2015

FERMENTAÇÃO

O QUE É FERMENTAÇÃO?

A fermentação não deve ser confundida com a respiração anaeróbica 

(processo no qual algumas bactérias produzem energia anaerobicamente formando resíduos inorgânicos). Trata-se, na verdade, de um processo anaeróbio de transformação de uma substância em outra, produzida a partir de microorganismos, tais como bactérias e fungos, chamados nestes casos de fermentos.
A fermentação é um conjunto de reações químicas controladas enzimaticamente, em que uma molécula orgânica (geralmente a glicose) é degradada em compostos mais simples, liberando energia. Em alguns casos a fermentação é usada para transformar um material cuja modificação seria difícil ou muito cara se métodos químicos convencionais fossem escolhidos. A fermentação é sempre iniciada por enzimas formadas nas células dos organismos vivos. Uma enzima é um catalisador natural que provoca uma mudança química sem ser afetado por isto.
Células do corpo humano produzem enzimas digestivas, como pepsina e renina que transformam comida em uma forma solúvel. 



COMO PODE OCORRER A FERMENTAÇÃO?

Há duas maneiras de fermentação:
·         Fermentação aeróbica: ocorre na presença de oxigênio do ar, como por exemplo no ácido cítrico e na penicilina.
·         Fermentação Anaeróbica: ocorre na ausência de oxigênio, como por exemplo na cerveja, no vinagre, no iorgute e até em cãimbras.

Reações de Fermentação

Pode-se considerar as reações da fermentação divididas em duas partes principais: a glicólise e a redução do ácido pirúvico

1) A glicólise é o conjunto de reações iniciais da degradação da glicose, semelhantes em todos os tipos de fermentação e na respiração aeróbia. Tem início com a ativação da glicose, que recebe dois grupos fosfato, fornecidos pelo ATP, que se transforma em ADP.
Por este processo de fosforilação a glicose transforma-se em frutose 1,6-difosfato (molécula com 6 carbonos e dois fosfatos) que será quebrada em duas moléculas de gliceraldeído 3-fosfato (molécula com 3 carbonos e um fosfato), pois é altamente instável.
A energia desta quebra permite a ligação de um outro grupo fosfato inorgânico a cada uma destas moléculas, que se tornam gliceraldeído 1,3-difosfato. Estes grupos fosfato, energéticos, são então transferidos para moléculas de ADP, transformando-as em ATP. O gliceraldeído transforma-se, por sua vez, em ácido pirúvico.

Sabe-se que a glicólise ocorre em praticamente todos os seres vivos, mesmo que complementada com outras reações, o que parece confirmar que deverá ter sido o primeiro fenômeno eficiente de produção de energia em células.
2) A segunda parte da fermentação consiste na redução do ácido pirúvico resultante da glicólise. Cada molécula de ácido pirúvico é reduzida pelo hidrogénio que é libertado pelo NADH2 produzido na glicólise, originando, conforme o tipo de organismo fermentativo,
ácido láctico, ácido acético ou álcool etílico e dióxido de carbono.
Assim, o rendimento energético líquido deste processo fermentativo é de apenas 2 moléculas de ATP por cada molécula de glicose degradada (recordemos que para activar a glicose foram investidos 2 ATP e que no final se produzem 4 ATP). Este processo é, portanto, muito pouco eficiente, pois apenas 4% da energia contida na molécula de glicose é disponibilizada para o organismo.
A fermentação não utiliza oxigênio e decorre no citoplasma das células, sendo cada etapa catalisada com a ajuda de uma enzima diferente.
Fermentação Lática
Os lactobacilos (bactérias presentes no leite) executam fermentação lática, em que o produto final é o ácido lático. Para isso, eles utilizam como ponto de partida, a lactose, o açúcar do leite, que é desdobrado, por ação enzimática que ocorre fora das células bacterianas, em glicose e galactose. A seguir, os monossacarídeos entram nas células, onde ocorre a fermentação.
  



Cada molécula do ácido pirúvico é convertido em ácido lático, que também contém três átomos de carbono.  



Lactobacillus 
                                  



O sabor azedo do leite fermentado se deve ao ácido lático formado e eliminado pelos lactobacilos. O abaixamento do pH causado pelo ácido lático provoca a coagulação das proteínas do leite e a formação do coalho, usado na fabricação de iogurtes e queijos.

 Fermentação láctica no homem!
Você já deve ter ouvido que é comum a produção de ácido lático nos músculos de uma pessoa, em ocasiões que há esforço muscular exagerado. A quantidade de oxigênio que as células musculares recebem para a respiração aeróbia é insuficiente para a liberação da energia necessária para a atividade muscular intensa.
Nessas condições, ao mesmo tempo em que as células musculares continuam respirando, elas começam a fermentar uma parte da glicose, na tentativa de liberar energia extra.
O ácido láctico acumula-se no interior da fibra muscular produzindo dores, cansaço e cãibras.
Depois, uma parte desse ácido é conduzida pela corrente sanguínea ao fígado onde é convertido em ácido pirúvico.
Fermentação Cítrica
O ácido cítrico, largamente utilizados nas industrias de alimento, refrigerantes, medicamentos, tintas e outras, eram anteriormente extraído de frutos cítricos. Atualmente, é obtido por oxidação parcial aeróbica de hidratos de carbono (sacarose, principalmente) por ação de certos fungos, entre os quais Aspergillus niger, A. wentii, Mucor spp. etc


Aspergillus niger 
Fermentação Butírica
Fermentação butírica é a reação química realizada por bactérias anaeróbias, através da qual se forma o ácido butírico. Este processo foi descoberto por Louis Pasteur em 1861. Se produz, a partir da lactose ou do ácido láctico. A fermentação butírica é a conversão dos carboidratos em ácido butírico por ação de bactérias da espécie Clostridium butyricum na ausência de oxigênio e se caracteriza pelo surgimento de odores pútridos e desagradáveis.
Clostridium butyricum

Fermentação Alcoólica
As leveduras e algumas bactérias fermentam açucares, produzindo álcool etílico e gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação alcoólica.

Na fermentação alcoólica, as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em álcool etílico (também chamado de etanol), com a liberação de duas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP.
Esse tipo de fermentação é realizado por diversos microorganismos, destacando-se os chamados “fungos de cerveja”, da espécie Saccharomyces cerevisiae. O homem utiliza os dois produtos dessa fermentação: o álcool etílico empregado há milênios na fabricação de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas, cachaças etc.), e o gás carbônico importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos da humanidade. Mais recentemente tem-se utilizado esses fungos para a produção industrial de álcool combustível.
Saccharomyces cerevisiae

Os fungos que fermentam também são capazes de respirar aerobicamente, no caso de haver oxigênio no meio de vida. Com isso, a glicose por eles utilizada é mais profundamente transformada e o saldo em energia é maior, 38 ATP, do que os 2 ATP obtidos na fermentação.


Fermentação Acética
A fermentação acética se dá após a fermentação alcóolica e sua base é a produção de ácido acético a partir de álcool etílico.
Esse tipo de fermentação é realizado pelas acetobactérias. Seu produto final, o ácido acético, provoca o azedamento de vinhos e dos sucos de frutas, além de ser responsável pela produção de vinagres comum e do ácido acético industrial. Desenvolve-se também na deterioração de bebidas de baixo teor alcoólico e na de certos alimentos.
As acetobactérias, também conhecidas por bactérias acéticas, necessitam de oxigênio para realizar acetificação, produzindo ácido acético e CO2. Por essa razão, multiplicam-se mais na parte superior do vinho que está sendo transformada em vinagre.

FERMENTO - Ingrediente fundamental para o pão

Não é possível produzirmos um pão, na forma como estamos acostumados a consumi-lo, sem a utilização de fermento, pois é este elemento o responsável para que a massa fique leve e macia, diferente dos pães pesados e massudos (pães ázimos) fabricados pelos povos antigos, há milhares de anos atrás.
O conhecido "fermento biológico" nada mais é do que uma grande 
quantidade de células de Saccharomyces cerevisiae, um grupo de leveduras muito utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas, pão, bolos, biscoitos, etc. Este grupo faz parte dos fungos, e engloba organismos unicelulares com nutrição heterotrófica por não possuírem pigmentos fotossintetizantes. De todos os seres vivos, os fungos são os que possuem a mais rica coleção de enzimas. Esta variedade de enzimas permite que eles "ataquem" praticamente qualquer tipo de material.
O fermento, ou as leveduras, atacam os açúcares da massa, transformando-os em dióxido de carbono (CO2). Durante o descanso da massa o gás formado dobra de volume, provocando o crescimento do pão.
É muito importante diferenciar-se o fermento biológico do fermento químico, utilizado para bolos e biscoitos.


Aplicações e Benefícios

  ·         O ácido que é produzido na fermentação azeda ajuda a conservar os alimentos. Nos mingaus fermentados, os ácidos principais são os lácticos e acéticos.
 ·         Na Tanzânia, as crianças que comem mingau fermentado têm menos diarréias do que as crianças que comem mingau não fermentado. O mingau é contaminado freqüentemente com bactérias que causam a diarréia devido à água impura ou à falta de higiene. A fermentação ajuda a reduzir a contaminação porque estas bactérias nocivas não podem multiplicar-se tão facilmente em alimentos fermentados.

·         A Penicilina é um antibiótico que destrói muitas bactérias causadoras de doenças. É derivado de um mofo que cresce em uma mistura fermentativa de substâncias cuidadosamente selecionadas para este propósito. A Penicilina industrial e muitos outros antibióticos se tornaram uma área muito importante da indústria farmacêutica.

·         A fermentação melhora a absorção de nutrientes importantes, especialmente ferro e zinco.

·         A fermentação melhora o conteúdo protéico e adiciona vitaminas e minerais.


·         Um produto de fermentação, Terramicina, é adicionado a rações animais para acelerar o crescimento dos animais e os proteger de doenças.

·         Muitas pessoas preferem o sabor dos alimentos fermentados. Alguns dizem que o sabor azedo ajuda a recuperar o apetite quando as pessoas estão doentes.

·         A fermentação reduz a toxina (cianeto) que está naturalmente presente na mandioca, especialmente nas variedades amargas. A maneira tradicional de fazer gari e farinha ralando-se a mandioca e deixando-a de molho em água para fermentar é uma maneira inteligente de permitir que o ácido libere a toxina. O benefício desta prática foi apreciado pelos nossos ancestrais, apesar de que esta ‘ciência’ só foi conhecida recentemente.

·         O Ácido cítrico é uma das muitas substâncias químicas produzidas por microorganismos. É usado em limpadores de metal e como um preservativo e agente de sabor em alimentos. O Ácido cítrico é responsável pelo sabor azedo de frutas cítricas. Poderia ser obtido delas, mas seria necessário um número muito alto de frutos para produzir a quantia de ácido cítrico atualmente feita pela fermentação de melado com o mofo Aspergillus niger.

·         As leveduras e algumas bactérias fermentam açúcares, produzindo álcool etílico e gás carbônico, processo denominado fermentação alcoólica. O homem utiliza os dois produtos dessa fermentação: o álcool etílico, empregado há milênios na fabricação de bebidas alcoólicas e o gás carbônico, importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos da humanidade.

·         Os lactobacilos (bactérias presentes no leite) executam a função láctica, em que o produto final é o ácido láctico. Para isso eles utilizam, como ponto de partida, a lactose, o açúcar do leite. O sabor azedo do leite fermentado se deve ao ácido láctico formado e eliminado pelos lactobacilos. O abaixamento do pH (aumento de acidez) causado pelo ácido láctico provoca a coagulação das proteínas do leite e a formação do coalho, usado na fabricação de queijos e iogurtes.

·         As acetobactérias provocam o azedamento do vinho e dos sucos e frutas, sendo responsáveis pela produção do vinagre.





Referências: 



Integrantes: Sara Ramos, Letícia, Dianna , Nathalie e Kemily

terça-feira, 17 de novembro de 2015

A ERA DO PLÁSTICO


Da caneta ao motor do carro, da cirurgia no coração ao capacete do motociclista, só dá ele!
Ninguém escapa do plástico, mesmo o mais naturalista que seja. Ele está na escova de dentes, na sola do pé (em tênis, sandálias, sapatos), na cozinha inteira, no carro, no avião, nos cosméticos, monitores de computadores,  peças do setor automobilístico, no capacete do motociclista, nos alimentos, brinquedos, em próteses terapêuticas, na caneta, nos CDs... O plástico, nas suas diversas formas (e sob diferentes nomes), tornou-se nos últimos anos uma espécie de faz-tudo, além de confiável indicador de desenvolvimento de um país. 

Como foi inventado o plástico?

Antes mesmo de ser inventado, ele já existia na natureza. A palavra plástico - derivada do grego plastikos, flexível - define qualquer material capaz de ser modelado com calor ou pressão para criar outros objetos. Assim, resinas de certas árvores conhecidas desde a antigüidade são consideradas plásticos naturais, bem como o marfim, moldado desde o século XVII. Já o plástico artificial surgiu com a contribuição de vários inventores, cada um deles obtendo um pequeno avanço. Em 1839, o americano Charles Goodyear (1800-1860) criou o processo de vulcanização da borracha, que transformava o material natural em um produto mais resistente às mudanças de temperatura. Décadas depois, em 1870, o americano John Wesley Hyatt (1837-1920) produziu celulóide a partir da celulose das plantas. O material era usado, por exemplo, para substituir o marfim na produção de bolas de bilhar.
Mas a verdadeira revolução viria em 1907, quando o químico belga, naturalizado americano, Leo Baekeland (1863-1944) criou o primeiro plástico totalmente sintético e comercialmente viável, o Bakelite. Começava a era dos plásticos modernos, feitos à base de petróleo, carvão e gás natural, o que prevalece ate os dias de hoje. A chave desse novo processo foi à polimerização, que consiste em juntar, a partir de diversas reações químicas, várias moléculas menores em uma grande, que não se quebra facilmente e dá ao material maior durabilidade. Desde então, centenas de plásticos, ou polímeros, foram criados pelas empresas petroquímicas para as mais diferentes utilidades, como o poliéster (1932), o PVC (1933), o náilon (1938), o poliuretano (1939), o teflon (1941) e o silicone (1943).
 
 A composição química dos plásticos está baseada nos polímeros. Mas o que são os polímeros?
Polímeros são macromoléculas obtidas pela combinação de um número imenso de moléculas pequenas, os monômeros. O processo pelo qual isso é feito é denominado polimerização.
Os polímeros podem ser naturais ou artificiais.
 Os polímeros naturais são: Celulose, amido, látex natural, caseína (proteína do leite), seda, fios de teia de aranha (proteína tipo betaqueratina).
Os polímeros artificiais são: Polietileno, politetrafluoretileno (teflon), náilon, borracha sintética, poliéster, acrílico. Os polímeros artificiais são denominados plásticos.
Os plásticos são materiais artificiais, normalmente de origem orgânica, que em algum estágio de sua fabricação adquiriram forma com a ajuda de calor e pressão e com o emprego de moldes. Devido à combinação de baixos custos de produção, versatilidade, ótima resistência e boa aparência, existe um crescente sucesso do uso de plásticos.

Um verdadeiro vilão a natureza

Os plásticos são um inimigo do meio ambiente por persistir e demorar ate 200 anos a se degradarem na natureza. A quantidade de plástico fabricado é muito mais rápido do que a que se degrada, causando um impacto ambiental negativo muito grande, somado ao fato que ele ainda é tóxico, sua degradação libera toxinas ao ambiente que o prejudicam ainda mais.
E este não é o único ponto. Milhares de animais, são alvo do despejo inadequado de plásticos deixados pelo homem na natureza. O plástico, além de tóxico, pode causar vários acidentes aos animais, como alguma intoxicação ou sufocamento ao tentarem ingerir o produto. Estimasse que 8 milhões de toneladas de lixo plástico vão parar nos oceanos a cada ano, além do que vemos nas superfícies, os especialistas acreditam que grandes quantidades de resíduos podem estar escondidas no fundo dos oceanos.
A natureza ainda não sabe como se livrar dele. "Bactérias e fungos que decompõem os materiais não tiveram tempo de desenvolver enzimas para degradar a substância", afirma a engenheira química Marilda Keico Taciro, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O plástico é um material novo na natureza - o primeiro modelo surgiu só em 1862, criado pelo britânico Alexander Parkes. Cada uma de suas moléculas possui centenas de milhares de átomos, principalmente carbono e hidrogênio. Como as ligações entre os átomos são muito estáveis, os decompositores não conseguem quebrar o material em partes menores para destruí-lo. Resultado: alguns tipos de plástico, como o PET, usado em garrafas de refrigerantes, levam mais de 200 anos para desaparecer.


Infelizmente, o plástico é um dos materiais mais encontrados em aterros sanitários. O potencial ambiental e econômico desperdiçado com essa destinação inadequada gera perdas estimadas em R$ 5 bilhões/ano. E mais: entre 500 bilhões e um trilhão de sacolas plásticas são consumidas em todo o mundo anualmente. Só no Brasil são distribuídas cerca de 1,5 milhão de sacolinhas por hora!
Segundo dados do Compromisso Empresarial para a Reciclagem (Cempre), 21,7% dos plásticos foram reciclados no Brasil em 2011, o equivalente a 953 mil toneladas/ano. Ainda em 2011, a campeã na reciclagem mundial de plásticos foi a Suécia (53%), seguida da Alemanha (33%), Bélgica (29,2%) e Itália (23,5%).
Portanto, entre as iniciativas para reduzir os impactos sobre o meio ambiente estão tanto a melhor utilização dos plásticos na concepção e confecção de produtos quanto a adoção da coleta seletiva e da destinação final mais eficientes, associadas à reciclagem no pós-consumo.




“Bem, foi um mero acidente, porque o plástico não é o que eu pretendia inventar...”
Leo Baekeland, químico belga, sobre a invenção da Baquelite
 
http://www.revistaecologico.com
.br/materia.php?id=91

&secao=1543&mat=1755



Postagem por: Ester, Camila, Juliana e Tifany