FERMENTAÇÃO
O QUE É FERMENTAÇÃO?
A fermentação não deve ser confundida com a respiração anaeróbica

A fermentação é um conjunto de reações químicas controladas enzimaticamente, em que uma molécula orgânica (geralmente a glicose) é degradada em compostos mais simples, liberando energia. Em alguns casos a fermentação é usada para transformar um material cuja modificação seria difícil ou muito cara se métodos químicos convencionais fossem escolhidos. A fermentação é sempre iniciada por enzimas formadas nas células dos organismos vivos. Uma enzima é um catalisador natural que provoca uma mudança química sem ser afetado por isto.
Células do corpo humano produzem enzimas digestivas, como pepsina e renina que transformam comida em uma forma solúvel.
·
Fermentação aeróbica: ocorre na presença de
oxigênio do ar, como por exemplo no ácido cítrico e na penicilina.
·
Fermentação Anaeróbica: ocorre na ausência de
oxigênio, como por exemplo na cerveja, no vinagre, no iorgute e até em
cãimbras.
Reações de Fermentação
Pode-se considerar as reações da fermentação divididas em duas partes principais: a glicólise e a redução do ácido pirúvico.
1) A glicólise é o conjunto de reações iniciais da degradação da glicose, semelhantes em todos os tipos de fermentação e na respiração aeróbia. Tem início com a ativação da glicose, que recebe dois grupos fosfato, fornecidos pelo ATP, que se transforma em ADP.
Por este processo de fosforilação a glicose transforma-se em frutose 1,6-difosfato (molécula com 6 carbonos e dois fosfatos) que será quebrada em duas moléculas de gliceraldeído 3-fosfato (molécula com 3 carbonos e um fosfato), pois é altamente instável.
A energia desta quebra permite a ligação de um outro grupo fosfato inorgânico a cada uma destas moléculas, que se tornam gliceraldeído 1,3-difosfato. Estes grupos fosfato, energéticos, são então transferidos para moléculas de ADP, transformando-as em ATP. O gliceraldeído transforma-se, por sua vez, em ácido pirúvico.
Sabe-se
que a glicólise ocorre em praticamente todos os seres vivos, mesmo que
complementada com outras reações, o que parece confirmar que deverá ter sido o
primeiro fenômeno eficiente de produção de energia em células.
2) A segunda parte da fermentação
consiste na redução do ácido pirúvico resultante da glicólise.
Cada molécula de ácido pirúvico é reduzida pelo hidrogénio que é libertado pelo
NADH2 produzido na glicólise, originando, conforme o tipo de organismo
fermentativo,
ácido láctico, ácido acético ou álcool etílico e dióxido de
carbono.
Assim, o rendimento energético líquido deste processo fermentativo é de apenas
2 moléculas de ATP por cada molécula de glicose degradada (recordemos que para
activar a glicose foram investidos 2 ATP e que no final se produzem 4 ATP).
Este processo é, portanto, muito pouco eficiente, pois apenas 4% da energia
contida na molécula de glicose é disponibilizada para o organismo.
A fermentação não utiliza oxigênio e decorre no citoplasma das células, sendo cada etapa catalisada com a ajuda de uma enzima diferente.
A fermentação não utiliza oxigênio e decorre no citoplasma das células, sendo cada etapa catalisada com a ajuda de uma enzima diferente.


Cada molécula do ácido pirúvico é convertido em ácido lático, que também contém três átomos de carbono.
Lactobacillus
O sabor azedo do leite fermentado
se deve ao ácido lático formado e eliminado pelos lactobacilos. O abaixamento
do pH causado pelo ácido lático provoca a coagulação das proteínas do
leite e a formação do coalho, usado na fabricação de iogurtes e queijos.
Fermentação láctica no homem!

Nessas condições, ao mesmo tempo
em que as células musculares continuam respirando, elas começam a
fermentar uma parte da glicose, na tentativa de liberar energia extra.
O ácido láctico acumula-se no
interior da fibra muscular produzindo dores, cansaço e cãibras.
Depois, uma parte desse ácido é
conduzida pela corrente sanguínea ao fígado onde é convertido em ácido
pirúvico.
O ácido cítrico, largamente utilizados nas
industrias de alimento, refrigerantes, medicamentos, tintas e outras, eram
anteriormente extraído de frutos cítricos. Atualmente, é obtido por oxidação
parcial aeróbica de hidratos de carbono (sacarose, principalmente) por ação de
certos fungos, entre os quais Aspergillus niger, A. wentii, Mucor spp. etc
Aspergillus niger
Fermentação butírica é a reação química
realizada por bactérias anaeróbias, através da qual se forma o ácido butírico.
Este processo foi descoberto por Louis Pasteur em 1861. Se produz, a partir da
lactose ou do ácido láctico. A fermentação butírica é a conversão dos
carboidratos em ácido butírico por ação de bactérias da espécie Clostridium
butyricum na ausência de oxigênio e se caracteriza pelo surgimento de
odores pútridos e desagradáveis.
Clostridium butyricum
Fermentação Alcoólica
As
leveduras e algumas bactérias fermentam açucares, produzindo álcool etílico e
gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação
alcoólica.
Na fermentação alcoólica, as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em álcool etílico (também chamado de etanol), com a liberação de duas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP.
Na fermentação alcoólica, as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em álcool etílico (também chamado de etanol), com a liberação de duas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP.
Esse tipo de fermentação é
realizado por diversos microorganismos, destacando-se os chamados “fungos de
cerveja”, da espécie Saccharomyces cerevisiae. O homem
utiliza os dois produtos dessa fermentação: o álcool etílico empregado
há milênios na fabricação de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas, cachaças
etc.), e o gás carbônico importante na fabricação do pão, um dos mais
tradicionais alimentos da humanidade. Mais recentemente tem-se utilizado esses
fungos para a produção industrial de álcool combustível.
Saccharomyces
cerevisiae
Os fungos que fermentam também são capazes de
respirar aerobicamente, no caso de haver oxigênio no meio de vida.
Com isso, a glicose por eles utilizada é mais profundamente transformada e o
saldo em energia é maior, 38 ATP, do que os 2 ATP obtidos
na fermentação.
Fermentação Acética
A
fermentação acética se dá após a fermentação alcóolica e sua base é a produção
de ácido acético a partir de álcool etílico.
Esse tipo
de fermentação é realizado pelas acetobactérias. Seu produto final,
o ácido acético, provoca o azedamento de vinhos e dos sucos de frutas, além de
ser responsável pela produção de vinagres comum e do ácido acético industrial.
Desenvolve-se também na deterioração de bebidas de baixo teor alcoólico e na de
certos alimentos.
As acetobactérias,
também conhecidas por bactérias acéticas, necessitam de oxigênio
para realizar acetificação, produzindo ácido acético e CO2. Por essa razão,
multiplicam-se mais na parte superior do vinho que está sendo transformada em
vinagre.
FERMENTO - Ingrediente fundamental para o pão

O conhecido "fermento biológico" nada mais é do que uma grande
quantidade de células de Saccharomyces cerevisiae, um grupo de
leveduras muito utilizado na fabricação de bebidas alcoólicas, pão, bolos,
biscoitos, etc. Este grupo faz parte dos fungos, e engloba organismos
unicelulares com nutrição heterotrófica por não possuírem pigmentos
fotossintetizantes. De todos os seres vivos, os fungos são os que possuem a
mais rica coleção de enzimas. Esta variedade de enzimas permite que eles
"ataquem" praticamente qualquer tipo de material.

É muito importante diferenciar-se o fermento biológico do fermento químico, utilizado para bolos e biscoitos.
Aplicações e Benefícios
·
O ácido que é produzido na fermentação azeda ajuda
a conservar os alimentos. Nos mingaus fermentados, os ácidos principais são os
lácticos e acéticos.
·
Na Tanzânia, as crianças que comem mingau
fermentado têm menos diarréias do que as crianças que comem mingau não
fermentado. O mingau é contaminado freqüentemente com bactérias que causam a
diarréia devido à água impura ou à falta de higiene. A fermentação ajuda a
reduzir a contaminação porque estas bactérias nocivas não podem multiplicar-se
tão facilmente em alimentos fermentados.
· A Penicilina é um antibiótico que destrói muitas
bactérias causadoras de doenças. É derivado de um mofo que cresce em uma
mistura fermentativa de substâncias cuidadosamente selecionadas para este
propósito. A Penicilina industrial e muitos outros antibióticos se tornaram uma
área muito importante da indústria farmacêutica.
·
A fermentação melhora a absorção de nutrientes
importantes, especialmente ferro e zinco.
· A fermentação melhora o conteúdo protéico e
adiciona vitaminas e minerais.
·
Um produto de fermentação, Terramicina, é
adicionado a rações animais para acelerar o crescimento dos animais e os
proteger de doenças.
·
Muitas pessoas preferem o sabor dos alimentos
fermentados. Alguns dizem que o sabor azedo ajuda a recuperar o apetite quando
as pessoas estão doentes.
·
A fermentação reduz a toxina (cianeto) que está
naturalmente presente na mandioca, especialmente nas variedades amargas. A
maneira tradicional de fazer gari e farinha ralando-se a mandioca e deixando-a
de molho em água para fermentar é uma maneira inteligente de permitir que o
ácido libere a toxina. O benefício desta prática foi apreciado pelos nossos
ancestrais, apesar de que esta ‘ciência’ só foi conhecida recentemente.

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As leveduras e algumas bactérias fermentam
açúcares, produzindo álcool etílico e gás carbônico, processo denominado
fermentação alcoólica. O homem utiliza os dois produtos dessa fermentação: o
álcool etílico, empregado há milênios na fabricação de bebidas alcoólicas e o
gás carbônico, importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais
alimentos da humanidade.
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Os lactobacilos (bactérias presentes no leite) executam
a função láctica, em que o produto final é o ácido láctico. Para isso eles
utilizam, como ponto de partida, a lactose, o açúcar do leite. O sabor azedo do
leite fermentado se deve ao ácido láctico formado e eliminado pelos
lactobacilos. O abaixamento do pH (aumento de acidez) causado pelo ácido
láctico provoca a coagulação das proteínas do leite e a formação do coalho,
usado na fabricação de queijos e iogurtes.
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As acetobactérias provocam o azedamento do vinho e
dos sucos e frutas, sendo responsáveis pela produção do vinagre.
Referências:
Integrantes: Sara Ramos, Letícia, Dianna , Nathalie e Kemily
Muito interessante, estar tudo bem explicado.. Adorei parabéns para o grupo!
ResponderExcluirA fermentação é uma reação química muito presente no dia a dia e também é benéfica, ajudando em vários aspectos. Excelente trabalho! Parabéns!
ResponderExcluirAdorei... Não sabia da existência da fermentação láctica no corpo do homem, produzindo uma energia extra para os músculos esqueléticos, quando há esforço físico intenso. Também fiquei encantada com a quantidade de funções da fermentação, provando como é grande sua importância para os seres vivos.
ResponderExcluirJuana Grippa Valfré.
É estranho pensar que existem bactérias no leite, e o processo de fermentação ocorre por fungos e bactérias, e também que o nosso querido pão é possível ficar leve e macio graças aos fungos. Mas ao mesmo tempo, isso muda o nosso conceito (o meu pelo menos) de achar que as bactérias são “algo do mal” existem algumas eficientes como as que fazem esse processo. E achei muito interessante o fato de ocorrer fermentação láctea nos homens na tentativa de liberar energia, não sabia que a fermentação estava tão presente no nosso dia a dia em algo além dos alimentos.
ResponderExcluirBem interessante o conteúdo do artigo, parabéns! Não sabia que a fermentação tinha alguma ligação com a câimbra , gostei muito de saber mais sobre o assunto.
ResponderExcluirQue interessante, como a fermentação está presente em tudo, e como acontece o processo do crescimento do pão.
ResponderExcluirAo ver esse assunto a primeira coisa que me veio à cabeça foi o leite o mais conhecido por todos acredito eu gostei de saber como o assunto é extenso e complexo .
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMuito bom saber como a fermentação interfere no nosso cotidiano, tudo foi muito muito bem explicado. Parabéns ao grupo!
ResponderExcluirMuito bom saber como a fermentação interfere no nosso cotidiano, tudo foi muito muito bem explicado. Parabéns ao grupo!
ResponderExcluirMuito interessante, eu já havia ouvido falar do fermento biológico e sobre o que ele era composto mais nunca tinha pesquisado sobre como ocorria o processo . À fermentação realmente está presente em nosso dia a dia !
ResponderExcluirÓtimo conteúdo, parabéns ao grupo !!